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abril 08, 2010

PÁTRIA AMADA brasil pt.2 - A Calamidade Pública


"Loucura!
Insensatez!
Estado inevitável!
Embalagem de iogurte inviolável!
Fome! Miséria! Incompreensão!
O Brasil é treta-campeão!"

Deixando a brincadeira de lado e intrepetando de um modo mais realista e gramaticalmente correto esse trecho (talvez de modo diferente dos mestres que comporam essa música), vemos realmente que em questão de insensatez, estados inevitáveis, miséria e incompreensão, o Brasil já é, no mínimo, decacampeão; não esquecendo que a música foi composta em 1995.
Tendo em vista uma pequena prévia do "Apocalipse cinematográfico" e um show com comentários do dilúvio de Noé mundialmente conhecido, porém interpretado neste remake por Rio de Janeiro, Nictheroy e Jungleçalo que foi lançado essa semana, vemos mais uma vez que a PÁTRIA AMADA brasil soube mais uma vez lidar com todos os problemas. Na prévia do "Apocalipse cinematográfico" (como nos filmes Impacto Profundo [1998, Universal Studio] e Armageddon [1998 - Walt Disney]) e show de dilúvios, vemos políticos cagando e andando para tudo e depois que a merda acontece, os mesmos aparecendo. Ou seja, no making-of, você não vê ninguém, somente nos bastidores.
A questão é que: com desmoronamentos e alagamentos absurdos acontecendo, alguns de nós param para pensar: "Será que isso poderia ser evitado? O que causou isso?". Deus não está em questão, para a infelicidade dos ateus. O problema todo, é que vemos várias mortes desnecessárias acontecendo devido à grande administração do nosso graaande país.
O que entendemos por políticas habitacionais? Políticas habitacionais são o que determina o planejamento de um determinado local para designar a divisão, qualificação e condição de moradia do mesmo. Como podemos ver todos os dias pessoas morando em barracos em altos de morro, outros debaixo de torres de alta tensão e outra sequer morando em algum lugar, deduzimos simplesmente que o brasil não possui sequer uma noção do que é política habitacional.
Não culpo o povo por morar debaixo de torres de alta tensão ou locais irregulares para construção de moradias em morros, pois é somente lá onde a população desprevilegiada tem condições de viver. Através da Caixa Econômica Federal, o governo criou um plano para a compra da casa própria. Sérgio Cabral, quando se candidatava para Governador do Estado do Rio de Janeiro em 2006, prometeu a construção de casas populares por todo estado do Rio de Janeiro. Essas casas são as mesmas que o povo desprevilegiado que ingenuinamente votou nele ainda espera. Sorte daqueles que também não tem condições de pagar uma casa própria pela Caixa Econômica Federal, não acham?
Descendo morro abaixo (literalmente ou não), vemos as casas dos um-pouco-menos-desprevelegiados que moram em ruas com menos regalias das mesmas cidades da litorânea (ou ribeirinha) Rio de Janeiro, da medieval Nictheroy e da tensa Jungleçalo. Sei que falar sobre menos regalias nas ruas de Jungleçalo é uma coisa bem vaga, sendo que com uma folha com 21 linhas nós conseguimos escrever o nome de todas as ruas da cidade que tem alguma regalia.
A verdade, crianças, é que pracinhas e sinais de trânsito todo mundo coloca. Mas para que fazer um sistema de esgoto e saneamento básico se os mesmos ficam debaixo da terra e ninguém vai ver?
Assim, vemos árvores caindo, esgotos implodindo e uma chuva de 30 minutos deixando algumas das principais ruas das cidades alagadas... tudo isso porque a água não tem para onde ir.
Depois das tragédias, principalmente a de Nictheroy, no bairro do Cubango, onde a TV não para de puxar saco do local, vemos vários políticos dando as caras dando uma de bom samaritano, como o salvador da pátria; e na angústia e agonia, o mesmo povo desprevilegiado, vítima de falsas promessas cai na lábia dos políticos da mesma laia dos outros que já prometeram e não compriram.
Os políticos estão rindo a toa nesse momento. Sério! Claro que longe das câmeras. Tragédias e calamidades públicas são a melhor propaganda e divulgação que eles podem fazer, principalmente em pleno ano de eleição.
Para os menos desprovidos: calamidade (do latim calamitate) ou catástrofe significa desgraça pública, catástrofe, flagelo. Uma calamidade pode ter origem em fenômenos naturais. Quando ocorrem grandes desgraças, infelicidades e infortúnios nas comunidades se utiliza o termo calamidade pública. Político, do grego polis, que quer dizer cidade. Cidade e público lembram bastante coisa, não?
Em entrevista ao Globo News, o prefeito de Nictheroy Jorge Roberto Silveira, além de puxar o saco de Lula e Sérgio Cabral (nota: estamos em ano de eleição) disse que a Prefeitura de Nictheroy já sabia da irregularidade da área, mas conseguiu enrolar a repórter três vezes falando sobre o aterro sanitário que havia naquela área.
Alguém poderia me explicar o porque de tantas pessoas mortas?
Sei que este blog está longe de ser alvo de tantas leituras, mas mesmo assim, diferente dos puxas-saco e dramáticos do msn e do orkut, mando meus sinceros pêsames à vítimas desta grande desgraça. Como comecei este post com uma música, terminarei com outra.
See ya and keep the Dream alive!

"Estão nas mangas dos Senhores Ministros
Nas capas dos Senhores Magistrados
Nas golas dos Senhores Deputados
Nos fundilhos dos Senhores Vereadores
Nas perucas dos Senhores Senadores
Senhores!
Senhores!
Senhores!
Minha Senhora!
Senhores!
Senhores!
Filha da Puta!
Bandido!
Corrupto!
Ladrão!
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer quadrado!
Isso não prova nada!
Sob pressão da opinião pública
É que não haveremos de tomar nenhuma decisão!
Vamos esperar que tudo caia no esquecimento
Aí então...
Faça-se a justiça!
Vamos arrumar vossas acomodações, Excelência.
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão!"