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março 24, 2010

O melhor dia da minha vida


Diferente dos post anteriores deste blog, não venho falar mal de algo ou alguém.
Fui ao show do Dream Theater no último sábado, dia 20, e tirando o fato de ter sido um puta show, digo que o CitiBank Hall está de parabéns, exceto pelo fato dos seguranças desnecessariamente marrentos.
Para aqueles que foram: sim, houve atraso. Mas é uma atração internacional, e aquele atraso de 6 minutos para a abertura dos portões não foram de nada.
O fato é que tudo o que houve lá dentro compensou tudo, inclusive para mim, que cheguei lá às 10h da manhã para o show que estava marcado para começar, no mínimo, às 22h.
A organização, a segurança e atendimento interno foram bons, ainda mais pelo fato de que a aparelhagem de som estava perfeita e que as bebidas não estavam caras, mesmo estando na Barra da Tijuca.
Claro que nem tudo é perfeito. Para aqueles que esperavam ouvir no mínimo mais uma música e ver uma camisa da turnê por R$40 ficou meio decepcionado. A camisa estava R$70, mas mesmo assim, após um show grandioso de 2h com apenas 8 músicas e um solo de teclado do nosso querido Jordan Rudess, eu me arrenpendi depois que sai do CitiBank Hall sem comprar a camisa... eles aceitavam cartão de crédito.
Eu não sou muito fã de solos de teclados, mas até que o solo com direito à uma animação seguindo exatamente suas notas (ou vice-versa) me chamou a atenção.
Além do show do Dream Theater é mais importante que tudo, ainda de quebra tivemos como show de abertura a banda BigElf. Eles se julgam uma mistura de Beatles com Black Sabbath... e sinceramente, eles estão um pouco longe disso.Havia ouvido uma álbum deles em casa e havia achado um lixo. Tanto que tava contando os segundos pro show deles acabarem assim que começou. Mas eles supreenderam: um show com boa qualidade acústica e regado de instrumental pesado.
Que fã do Dream Theater não gostaria disso?
Não estou dizendo que parei de contar os segundos para ver o Dream Theater, mas sim que não foi um pé no saco esperar eles chegaram, foi até legal e distrativo. E eis que por volta de 22h30 o Dream Theater sobe ao palco atrás de uma cortina negra e todos os fãs histéricos ouvindo a introdução de "A Nightmare to Remember"com direito ao nosso querido baixista, John Myung, não sabendo brincar de pique-esconde e deixando metade de seu corpo para fora da cortina. Foi engraçado, mas mesmo assim, quando John Petrucci entrou com sua estrondosa distorção na música e a cortina caiu, não houve um que não gritou, inclusive Mike Portnoy.
E por aí vai... ao invés de tocarem "A Rite of Passage" logo após "A Nightmare to Remember" como eles haviam feito nos outros show Brasil a fora, eles fizeram a grandiosa bondade de destruir minha ansiedade: "Eles vão tocar 'The Mirror' e 'Lie' ou 'Erotomania' e 'Voices'?". Por mim tanto faz, acho as quatro top 15 das músicas deles.
Então, começou a grandiosa "Puppies on Acid", ou popularmente falando, "The Mirror". E por ai se seguiu com 'Lie' (com direito ao povo cantando o refrão na hora errada) e então, voltaram ao normal: tocaram "A Rite of Passage". Gosto da música, mas preferiria que eles tocassem "Beyond this Life" no lugar dela como fizeram na Argentina.
Enfim, prosseguesse o show com o nosso Rudess 'brincando' no teclado, como dito anteriormente. Daí mesmo, já partimos para o que talvez seria a balada da noite: "Sacrificed Sons". Para mim não está muito perto de uma balada. Faltou "Hollow Years", né? Com "Sacrificed Sons" nem senti tanta falta. Pelo menos, na minha opinião, não corri o risco de ter que ouvir "The Spirit carries on". Nada contra, mas pagar R$125, chegar 12h antes da banda subir no palco para encostar na grade e ouvir "The Spirit carries on" seria decepcionante para mim.
O legal foi que durante "Sacrificed Sons", apesar de não ser muito famosa, o povo animou, inclusive o Myung, coisa que raramente se vê. Após grande perfomance, ficamos com a música pop do Six Degrees of Inner Turbulence: "Solitary Shell". Foi perfeito para o pessoal ficar animado e ao mesmo tempo descansar e admirar a banda em seus momentos mais brilhantes: os solos extras. "Solitary Shell" foi regada com um bom, técnico e extendido solo, com direito ao tecnicamente líder da banda, Mike Portnoy, levantando da cadeira, dando volta na sua bateria e fazendo sua batidas com as estantes dos pratos. Simplesmente, um momento único.
Agora vinha minha segunda dúvida: "O que será que eles vão tocar do Train of Thought: 'As I Am' ou 'In the Name of God'?". E lá vem Petrucci com o dedilhado de introdução de "In the Name of God". Por mim não havia diferença, pois "As I Am" é um pouco mais animada, mas "In the Name of God" é mais longa. Sai feliz de qualquer jeito.

E por fim veio uma música que faltava: uma qualquer do Images and Words. E então veio "Take the Time" para a multidão de fãs, novos ou antigos delirarem ao som da música. Com direito a Portnoy cantando o início. Fiquei chateado em saber que eles não estão cantando a parte "Unbroken spirit, obscured and disquiet" e por ai vai supostamente por uma birra com o grandioso Kevin Moore, que não aceitou o convite para tocar no aniversário de 15 anos do álbum Awake ano passado. O problema todo é que foi o Moore que compôs essa parte da música. Mas, acho que para recompensar, tivemos direito a um solo extendido da música e quando James LaBrie se anima porque o solo extendido acabou, Petrucci começa uma improvisação junto com Portnoy, que faz LaBrie olhar para trás com uma cara de "Is there anything else?" apoiando o braço no microfone e olhando para o Portnoy no sentido de "Finish it, dude!" e Portnoy "pooing and jogging". Após isso tudo, a grandiosa "Take the Time" nunca vista antes mas ainda com o LaBrie classicamente virando o microfone para o público no refrão ("It's time to take the Time") acabou.

Então, eles fazem aquele charminho saindo do palco, mas todos sabiam que eles iriam voltar para o bis, e todos sabiam mais ainda que era para tocar o novo épico "The Count of Tuscany". Todos se deram conta de que o show tava acabando, chegou a bater uma nostalgia em mim. Mas mesmo assim, todos aproveitaram e pularam de animação até na parte em que fica somente o Petrucci e LaBrie. também teve o momento de emoção e silêncio, dos 4 minutos de solo de Petrucci e Rudess "à capela".
Termina-se o show. Portnoy só deu uma baqueta (quebrada, diga-se de passagem) o show inteiro e nada mais.
O show deve tudo que sempre se vê: Portnoy jogando baqueta pro alto (e pro holder), Petrucci e Myung tocando frente a frente em frente a bateria, Judess rodando como barata tonta rodando no teclado, Myung meio sozinho como sempre, LaBrie cheirando cangote do Myung e do Petrucci e Rudess com o teclado do grupo Dominó solando com o Petrucci. Ou sejam tudo aquilo que faz o show do Dream Theater ser especial.
Só queria mandar um salve pro povo de São Paulo, que sempre se acham os melhores em tudo: Parabéns por terem "The Spirit Carries On", "Wither", "Hollow Years" e "One Last Time" no mesmo show. Te garanto que ninguém teve problemas para dormir depois desse show!
Para aproveitar, colocarei o vídeo que o maestro Jordan Rudess colocou no youtube do Rio, não de São Paulo.
Hasta la vista and keep the Dream alive!