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fevereiro 16, 2010

Horizonte (muito, muito) Distante

Vocês conhecem a banda "católica" chamada Rosa de Saron?
Sim, aquela mesmo que lançou um CD e um DVD de músicas acústicas sem ao menos ter lançado um álbum ao vivo de suas melhores músicas em seu Rock meio Hard meio Hardcore, ou Heavy Metal/New Metal para aqueles que os conheceram no início da carreira ou ouvindo seus primeiros álbuns.
Perceberam um tom de sarcasmo na resposta? Que bom que estamos nos entendendo.
A explicação da minha irônia é simples: como a maioria das pessoas sabem, fui criado com Rock, do HardCore ao Death Metal (apesar de me focar no Metal, atualmente), e como todos os "rockeiros" sabem, é triste quando uma banda se vende para a mídia. E foi exatamente o que aconteceu com o Rosa de Saron.
Eu conheci a banda por dois amigos. O primeiro, meu grande parceiro mano Gordinho, me mostrou o pré-lançado trabalho deles na época que foi o álbum "Casa dos Espelhos" (2005) que não me despertou quase nenhum interesse e o outro amigo foi meu amigo de infância Pedro, que me mostrou o "Angústia Suprema" (1997), e esse álbum sim me despertou interesse, pois onde mais eu haveria de encontrar bandas que tocariam um Rock como aquele sendo elas de Igreja?
Comecei a ouvir mais, pesquisar sobre seus trabalhos e história, assim como toda banda que eu gosto como o Dream Theater, Metallica, Iron Maiden, The OffSpring, System of a Down, etc. Com o tempo passei ouvir mais e colocar as músicas do Rosa de Saron (inclusive aquelas que não haviam me despertado interesse antes) nas minhas playlists e mp3, junto com Iron Maiden e Metallica. Um pessoa sã agora já deve ter percebido à que altura eu achei que o Rosa de Saron chegou, sendo que é complicado você imaginar alguém ouvindo The Number of The Beast, Creeping Death, Dance of Death e Master of Puppets e logo em seguida ouvir Angústia Suprema e Lembranças.
Agora, coleguinhas, imaginem se agora em 2010 o Iron Maiden decidir tocar um estilo de música diferente? "Legal, vejam, o Iron Maiden agora tá com um álbum de HardCore e outros rock mais alternativos! Eles até regravaram uma música do NickelBack!". Eu sei, vocês agora devem estar pensando em fechar logo essa janela de tanta coisa inútil que estou falando; mas tudo isso tem uma razão, que é explicar o tamanho do meu desgosto e de qualquer um mais que foi fã do Rosa de Saron com seu jeito único no Brasil de fazer música de Igreja e fizeram eles serem o que são hoje em dia: uma banda respeitada tanto dentro ou fora da Igreja Católica.
Queria não culpar o Rosa de Saron, pois várias outras bandas que eu já gostei se venderam para a mídia, como o Linkin Park e Green Day; o Linkin Park largou sua essência e o Green Day está algo bem próximo de emocore (obs.: o Rosa de Saron fez os dois). Mas tudo bem, o Green Day e o Linkin Park são "do mundo", estão na parada por dinheiro. Mas e o Rosa de Saron? Tudo bem que eles vivem disso, mas se vender para a mídia esquecendo sua essência (um Rock mais do que plausível) por que causa? Dinheiro, fama? Acho que não era bem essa o objetivo da banda quando foi fundada, nem de todos os membros, pois já tive oportunidade de conversar com o Rodrigo Feltrin (baixista) e Eduardo Faro (guitarra) e percebi que eles não são disso. Digo também à respeito do Grevão (baterista), que nunca ouvi falar mal dele e sei também que ele é uma pessoa tranquila e simpática. Já nosso amigo pop star Guilherme de Sá, não há comentários: por que comentar de um cara que tem estilo de mais para uma pessoa só e é um poço de simpatia? Já falei (quer dizer, tentei falar) com ele, mas não deu muito certo, pois acho que o ego dele não deixou ele conversar com coroinha da cidade de São Gonçalo quando ele veio dar um show gratuito na cidade, sendo que eu e o Bispo estávamos no camarim com eles, e ele simplesmente nos ignorou, diferente dos outros integrantes, principalmente o Faro que estava andando em meio ao público como uma pessoa normal, assim como ele é tal. Até porque se o Feltrin não tivesse chamado ele, ele não teria tirado uma foto comigo. :)
Como todos vêem na televisão na grandiosissíma Rede Globo de Televisão, a banda Rosa de Saron está na Som Livre. Para quem não sabe, a proprietária da Som Livre é a Globo. Ou seja, manipulação certa. Foi aí onde tudo começou (ou terminou, pelo menos para mim).

Para quem não sabe, o acústico é uma derivação do Rock, tanto que em inglês chamamos de "unplugged" (desligado), onde não há efeitos na música, apenas para demonstração das músicas que vocês conhecem de um modo natural. Mas que banda é essa que grava um acústico, inclusive com músicas novas, que sequer fez a gravação de um show ao vivo? É... Bem-vindos ao Acústico Rosa de Saron!
Um ano depois, a mesma banda que teve essa super criatividade, grava um novo álbum seguindo outro caminho de modo total e praticamente diferente. Esse novo álbum (Horizonte Distante, 2009) segue raízes do acústico (e do emocore) que, segundo eles, como dito na TV Xuxa do dia 25 de julho de 2009, "o acústico foi o que deu certo".
Claro, temos de concordar. Afinal de contas, eles não eram nada até 2008, eles conseguiram se manter durante praticamente 20 anos somente com a Misericórdia do Nosso Senhor Jesus Cristo e eles só conseguiram passar de 1000 membros no fã-club e entrar em turnê Brasil a fora depois do acústico. Acho que não precisa ser nenhum gênio para perceber que sou bastante irônico.
Agora vamos para a parte da divulgação do Horizonte (muito muito muito) Distante:

- Neste novo álbum temos uma grande variedade de Pop Rock com uma pintadinha de emocore, onde poucas músicas se safaram. Para ser mais exato, só 3 ou 4 músicas são escutáveis tendo em vista o verdadeiro Rosa de Saron. Música "Na chuva ao fim da tarde" é a única que ainda mantém um pouco da origem da banda. A música "Mais que um mero poema" também guarda um pouco dessa origem, mas a letra é essencialmente chata; mesmo com ela passando uma bonita mensagem, todos nós sabemos que essa música só serve para isso, não é uma música que ninguém quer ficar cantando e ouvindo em show. A música "Mesma Brisa" emite novamente um outro Rosa de Saron, só que dessa vez, com uma música puxada para o o Pop "meio hard" Rock britânico, apesar de também parecer uma daquelas músicas infernais do NX Zero, ou seja, emocore. A música "Entre aspas" segue o mesmo ritual, só que um pouco melhor pelo fato de não revelar algo emocore e revelar algo um pouco mais hard, só que ao estilo americano.
Espero que tenham compreendido minha indignação, e para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer esse novo "trabalho" da banda, em breve disponibilizarei para vocês aqui mesmo pelo 4shared. Ah, "trabalho" entre aspas sim, pois acho que não há muito trabalho em ficar reproduzindo o que a gravadora manda você fazer.
É basicamente isso, espero que tenham gostado e/ou entendido.
See ya and keep the Dream alive!